Obra já havia apresentado defeitos dias após ser inaugurada. Buraco gerado após chuvas revolta moradores e coloca em xeque a qualidade do serviço executado pela Prefeitura.
Por Ronny Holanda | Políticas do RN
Cinco meses. Esse foi o tempo necessário para que a população do bairro Alto de São Manoel, em Mossoró, voltasse a lidar com problemas estruturais na ponte recém-inaugurada que liga importantes áreas do município. A estrutura, que faz parte de um projeto de duas pontes com investimento total de mais de R$ 11 milhões, voltou a apresentar defeitos após as chuvas deste mês de março, desta vez com o surgimento de um buraco que ameaça a segurança de quem passa pelo local.
A situação revoltou os moradores, que registraram em fotos o estrago e denunciaram nas redes sociais o que consideram um descaso com o dinheiro público. Não é a primeira vez que a obra gera polêmica. Em março, poucos dias após a entrega, surgiram relatos e imagens de supostas rachaduras e falhas na estrutura. A Prefeitura de Mossoró chegou a fazer reparos, mas apenas após forte pressão popular.
Agora, a história se repete, e com um agravante: a curta durabilidade da obra levanta suspeitas sobre a qualidade do material utilizado e da execução do projeto. “É inadmissível que uma ponte com investimento milionário apresente esse tipo de problema em tão pouco tempo. A população tem todo o direito de se indignar”, afirma um morador que prefere não se identificar por medo de retaliações.
O clima é de revolta e desconfiança no Alto de São Manoel. Moradores questionam a ausência de fiscalização adequada e a falta de transparência da gestão municipal sobre os detalhes do contrato e a empresa responsável pela obra. “Pagamos impostos, e o mínimo que esperamos é uma obra de qualidade. Se com cinco meses já tem buraco, o que esperar nos próximos anos?”, desabafa uma comerciante da região.
A Prefeitura ainda não se pronunciou oficialmente sobre o novo problema. Enquanto isso, o sentimento entre os moradores é de abandono e indignação. Para muitos, a ponte virou símbolo de um governo que prioriza marketing em vez de garantir a segurança e o bom uso dos recursos públicos.
A população quer respostas, e o prefeito Allyson Bezerra precisa se posicionar. Afinal, quem vai se responsabilizar caso acidentes aconteçam? E mais: quantos milhões ainda serão necessários para consertar os erros de uma obra que deveria estar em perfeitas condições?
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