Uma obra que deveria representar inclusão e acessibilidade acabou se tornando motivo de controvérsia em Mossoró. Prevista para começar em setembro de 2024, a reforma de acessibilidade da praça do cemitério público municipal do centro de Mossoró só teve início em janeiro de 2025, de acordo com informações disponíveis na página da transparência da prefeitura e na placa da própria obra.
A contradição entre as datas chama atenção: enquanto os documentos oficiais apontavam setembro de 2024 como o início previsto, a placa instalada no local informa que o contrato foi assinado apenas em dezembro do mesmo ano. Esse atraso, somado ao fato de que a previsão de conclusão é de cinco meses, levanta questionamentos sobre a eficiência na gestão e a comunicação do poder público. Se o cronograma original tivesse sido seguido, a obra já estaria em fase de finalização.
O que também causa estranheza é o valor destinado ao projeto. A reforma, descrita como uma adaptação para acessibilidade com instalação de rampas, custará mais de R$ 400 mil aos cofres públicos. Para muitos, o custo elevado de uma obra aparentemente simples levanta suspeitas de má gestão ou superfaturamento.
“Como uma obra tão básica pode custar tanto? Isso precisa ser investigado”, comentou um morador da região, indignado com o uso dos recursos públicos. Além disso, a demora no início do projeto afeta diretamente a população que precisa de acessibilidade no local, especialmente idosos e pessoas com deficiência.
A transparência na gestão pública é um pilar essencial em qualquer democracia. No entanto, casos como este demonstram como a falta de compromisso com prazos e a ausência de justificativas claras podem abalar a confiança da sociedade nas instituições. Cabe agora aos órgãos de fiscalização e controle, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas, apurarem se houve irregularidades no contrato, execução ou planejamento da obra.
Enquanto isso, a população de Mossoró segue aguardando não apenas a conclusão do projeto, mas também explicações que justifiquem o atraso e os altos custos.
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