A população de Areia Branca vem assistindo a um verdadeiro desmonte na estrutura do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) sob a atual gestão municipal do prefeito Souza Neto. O que antes era motivo de orgulho – uma base equipada, estruturada e bem localizada – agora dá lugar ao descaso, improviso e total desrespeito com os profissionais e com a saúde pública.
A gestão anterior, da ex-prefeita Iraneide Rebouças, reformou o Pronto Atendimento e entregou a base do SAMU à coordenação estadual, que chegou a considerar a unidade como uma das melhores estruturas descentralizadas do Rio Grande do Norte. No entanto, a atual administração optou por desativar essa base e transferiu a equipe para dentro do Hospital Sara Kubitschek, descaracterizando o modelo de funcionamento adequado ao serviço de urgência.
Além da desativação da base que estava estrategicamente localizada às margens da BR-110 – ponto crucial para agilizar o atendimento tanto nas zonas rurais quanto em acidentes na rodovia – a viatura do SAMU agora fica estacionada de forma irregular, fora de rota de fuga e sob sol intenso, comprometendo a qualidade dos medicamentos armazenados e pondo em risco a vida dos pacientes.
Os profissionais, que deveriam estar em local apropriado para descanso e prontos para agir com eficiência, permanecem em um ambiente sem o mínimo de estrutura, conforto ou privacidade. Os acionamentos do SAMU ocorrem majoritariamente durante a noite, o que exige ainda mais preparo físico e psicológico dos servidores.
A coordenadora municipal do serviço, Jucyanne Amaral, sequer reside no município, o que limita sua atuação na cobrança por melhorias. Sua nomeação é apontada por muitos como fruto de acordo político com a gestão, já que integrava a equipe da administração passada.
Diante do caos instaurado, a coordenação estadual do SAMU 192 permanece em silêncio, sem intervir ou cobrar providências da gestão municipal. A população, por sua vez, amarga o aumento no tempo de resposta e a precarização de um serviço essencial.
Também chama atenção a omissão dos vereadores da base governista, que permanecem calados diante do evidente retrocesso. Onde está o vereador Sandro Góis, que se diz defensor da saúde pública? Recentemente, ele chegou a pedir vistas de um projeto do vereador Cliverson Ferreira que traria benefícios reais à saúde do município – um dos mais relevantes já apresentados na Câmara. Uma postura vergonhosa, que reforça o abandono da população.
É hora de a sociedade civil, os órgãos fiscalizadores e o Ministério Público exigirem explicações. O povo de Areia Branca merece respeito, atendimento digno e um serviço de urgência eficiente, como manda a lei.
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