Mossoró, 19 de março de 2025 – O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), vem dando sinais cada vez mais claros de um movimento político em direção à esquerda. Na manhã desta quarta-feira (19), um episódio no Aeroporto Municipal de Mossoró gerou repercussão ao evidenciar o distanciamento do gestor mossoroense do bolsonarismo e sua aproximação com lideranças ligadas ao governo do presidente Lula (PT).
Diferentemente de ocasiões anteriores, quando o então presidente Jair Bolsonaro (PL) visitou a cidade e foi recebido calorosamente, desta vez, Allyson não compareceu ao aeroporto para recepcionar Lula. No entanto, em nota oficial, a Prefeitura de Mossoró se colocou à disposição para atuar na logística do município durante a visita do presidente. O gesto foi interpretado nos bastidores como um indicativo de sua nova estratégia política: consolidar-se como um nome viável dentro do grupo de esquerda no Rio Grande do Norte.
Rompeu com o PL e fortalece laços com aliados do governo
Outro sinal da guinada política de Allyson Bezerra foi o rompimento com o PL, partido do ex-presidente Bolsonaro. A saída marca um afastamento definitivo do bolsonarismo e reforça sua aliança com figuras da base governista, como a senadora Zenaide Maia (PSD). Nos últimos meses, Zenaide tem sido apontada como uma das articuladoras para que Bezerra receba o apoio do PT em uma possível candidatura ao governo do estado em 2026.
Além disso, seu vice-prefeito, Fernandinho das Padarias, é filiado ao PSD, sigla que compõe a base de apoio do governo Lula e da governadora Fátima Bezerra (PT). Essa configuração política favorece Allyson, que vem se posicionando como uma alternativa viável para a esquerda potiguar nas próximas eleições estaduais.
Bolsonaro e Rogério Marinho enviaram milhões, mas Allyson rejeitou a direita
A mudança de postura de Allyson Bezerra chama ainda mais atenção quando se observa o histórico de investimentos federais em Mossoró durante o governo Bolsonaro. O ex-presidente e seu então ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (PL), hoje senador, destinaram milhões de reais para obras de infraestrutura e desenvolvimento na cidade. Apesar desses recursos, Allyson optou por não manter o alinhamento com a direita e, ao contrário, cortou laços políticos com o PL.
O distanciamento do bolsonarismo ocorre em um momento estratégico para Bezerra, que agora busca consolidar uma base sólida na esquerda. Essa decisão, no entanto, pode gerar repercussões entre o eleitorado mossoroense, que em sua maioria apoiou Bolsonaro nas últimas eleições.
Allyson mira 2026 com apoio do PT?
Nos bastidores, especula-se que o prefeito mossoroense estaria buscando apoio do grupo da governadora Fátima Bezerra para se viabilizar como candidato ao governo do Rio Grande do Norte em 2026. Com uma administração bem avaliada em Mossoró e um histórico de liderança no interior, ele poderia ser uma peça-chave para o PT expandir sua influência em outras regiões do estado.
A grande questão agora é como essa mudança será recebida pelo eleitorado e pelos antigos aliados de Allyson. Se a estratégia for bem-sucedida, ele poderá emergir como um nome competitivo na sucessão estadual, consolidando sua nova identidade política dentro do campo progressista.
Nos próximos meses, as movimentações do prefeito serão acompanhadas de perto tanto por aliados quanto por adversários, à medida que o cenário político do Rio Grande do Norte começa a se desenhar para as eleições de 2026.
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