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Allyson Bezerra recusa verba federal e mantém saúde de Mossoró em colapso

A Prefeitura de Mossoró se recusou a participar do Termo de Repactuação para Retomada de Obras na Saúde (TRR), projeto do Governo Federal que destinará R$ 353 milhões para a retomada e conclusão de obras no setor de saúde em todo o país. O município, sob a gestão do prefeito Allyson Bezerra (UB), lidera a lista das cidades do Rio Grande do Norte que mais disseram “não” ao programa, deixando de reativar cinco obras importantes, conforme dados do Ministério da Saúde.

A decisão da Prefeitura se alinha a uma postura política de confronto com os governos estadual e federal, o que levanta questionamentos sobre a real prioridade da administração municipal: o bem-estar da população ou a disputa ideológica?

Obras abandonadas e precariedade no atendimento

O TRR permitiria a reativação de estruturas que integram o programa Requalifica UBS, voltado à construção e reforma de unidades básicas de saúde. As obras negadas por Mossoró são datadas de 2010 a 2013, o que indica que a população espera há mais de uma década por melhorias que poderiam ser destravadas agora.

Enquanto isso, médicos realizam atendimentos embaixo de árvores em comunidades rurais devido à falta de unidades de saúde adequadas. A precariedade da infraestrutura se soma à dificuldade de acesso à atenção básica, resultando em um cenário desolador para quem mais precisa do SUS.

A decisão de Mossoró contrasta com a postura de outras cidades potiguares que aderiram ao programa, reconhecendo a urgência de recuperar estruturas essenciais para a assistência em saúde. Ao todo, o Rio Grande do Norte possuía 225 obras aptas a participar da repactuação, e 157 foram aceitas, sendo 64 reativadas e 57 repactuadas.

Justificativas frágeis da Prefeitura

Em nota à Tribuna do Norte, a gestão municipal argumentou que as obras em questão não eram inacabadas, mas sim projetos ainda não iniciados, herdados de gestões passadas. Além disso, alega que os valores oferecidos pelo governo federal seriam insuficientes para a conclusão dos empreendimentos.

O discurso, no entanto, levanta dúvidas. Se os recursos fossem realmente inviáveis, por que tantas outras cidades do estado optaram por participar? Além disso, a justificativa de que algumas obras já estariam em andamento não explica o motivo da rejeição de outras unidades que poderiam ser recuperadas.

Ideologia acima do interesse público?

A gestão de Allyson Bezerra tem se notabilizado por uma postura de isolamento em relação aos governos estadual e federal, especialmente no que diz respeito a parcerias e investimentos. O prefeito, de orientação bolsonarista, evita reconhecer a importância de recursos federais para Mossoró.

A recusa em aderir ao TRR reforça a tese de que a administração municipal prioriza uma disputa política em detrimento das necessidades da população. O resultado disso é um prejuízo direto para os mossoroenses, que continuarão a enfrentar dificuldades no acesso à saúde básica.

Diante dessa realidade, resta a pergunta: até quando Mossoró será refém de decisões políticas que negligenciam o interesse público?

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