Na pequena Grossos, litoral do Oeste potiguar, a prefeita Chintia Sonale (UB) parece ter descoberto um novo combustível para tocar sua gestão: a gasolina — em doses cavalares. Segundo revelou o site O Belisco, com base em dados do Portal da Transparência, a Prefeitura já empenhou 177 mil litros de combustíveis só em 2025. É isso mesmo que você leu: cento e setenta e sete mil litros, entre gasolina, diesel e álcool.
Pra se ter uma ideia, com esse volume daria pra dar 57 voltas completas ao redor do planeta Terra com um carro popular. E tudo isso em uma cidade com frota reduzida, sem grande movimentação agrícola ou industrial. A principal atividade econômica de Grossos é a produção de sal, feita por empresas privadas — ou seja, sem relação direta com os veículos da Prefeitura.
A pergunta que ecoa pelas ruas da cidade é: como se consome tanto combustível em uma cidade tão pequena?
O buraco é mais embaixo. Os gastos estão concentrados em apenas dois postos de combustíveis. Um deles, inclusive, abocanhou a maior parte dos contratos. Em tempos de crise, onde falta dinheiro pra saúde, educação e infraestrutura, ver cifras tão altas sendo queimadas nos tanques dos veículos oficiais levanta suspeitas — e revolta.
Grossos não tem justificativa técnica para essa quantidade absurda de litros empenhados. O povo, que sente na pele os buracos nas ruas e a falta de serviços, agora se depara com um possível rombo silencioso nos cofres públicos, abastecido à base de gasolina.
Chintia Sonale ainda não se manifestou publicamente sobre os números. Mas diante da gravidade, o silêncio não pode ser a resposta. A conta, como sempre, pode sobrar pro contribuinte. E essa, com certeza, será salgada — talvez até mais que o sal que move a economia da cidade.
A gestão deve explicações. E o povo, mais do que nunca, deve ficar atento.
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