Slider de Anúncios Responsivo

Veículo Oficial da Saúde de Assú é Apreendido com Drogas no Paraná: O Retrato do Descaso e da Falta de Controle Público

Por Ronny Holanda

A apreensão de um veículo oficial da Secretaria Municipal de Saúde de Assú, no Rio Grande do Norte, transportando drogas e armas no Paraná, expõe uma preocupante realidade: a fragilidade da fiscalização sobre o patrimônio público e a possibilidade de seu uso indevido para atividades criminosas. O caso, descoberto apenas após a operação policial que resultou na apreensão do automóvel em Foz do Iguaçu, levanta questões sobre a gestão municipal e a responsabilidade dos agentes públicos.

O veículo em questão, um Gol branco, desapareceu da garagem da prefeitura no dia 22 de novembro de 2024, sem que ninguém notasse ou tomasse providências. A prefeitura de Assú só se deu conta do sumiço quando a notícia da apreensão foi divulgada pela polícia, mais de dois meses depois. Essa falha administrativa revela não apenas um descontrole logístico, mas também um descaso com o patrimônio público que deveria servir à população.

As investigações apontam que o carro foi utilizado para o tráfico de drogas e outras atividades ilícitas, sendo localizado na residência de um traficante. Na operação, além do veículo, foram apreendidos mais de 250 kg de maconha, um fuzil, uma espingarda calibre 12, munições e um bloqueador de sinal. A situação torna-se ainda mais grave pelo fato de a organização criminosa ter conseguido utilizar um automóvel oficial sem qualquer tipo de impedimento por parte da administração municipal.

A justificativa apresentada pela Secretaria Municipal de Saúde de Assú, de que um boletim de ocorrência foi registrado após a descoberta da apreensão, não minimiza a gravidade do episódio. A ausência de controle sobre a frota municipal permite que crimes como esse aconteçam sem que ninguém perceba, o que sugere a necessidade urgente de revisão dos protocolos de gestão e segurança.

Diante desse escândalo, surgem perguntas inevitáveis: Como um veículo oficial desaparece por meses sem que ninguém perceba? Quem era responsável pelo controle da frota? Há outras irregularidades dentro da administração municipal que ainda não vieram à tona? O fato de o carro ter sido utilizado em um esquema de tráfico de drogas pode indicar uma conexão criminosa dentro da própria estrutura pública?

O episódio não deve ser tratado como um caso isolado. Ele reflete um problema estrutural de muitas gestões municipais no Brasil: a falta de transparência, a precariedade no controle do patrimônio e, muitas vezes, a conivência – por omissão ou ação – com atividades ilegais. Cabe agora às autoridades competentes aprofundar as investigações e garantir que os responsáveis sejam devidamente punidos.

A sociedade assuense tem o direito de exigir respostas concretas e mudanças efetivas para que situações como essa não se repitam. Afinal, quando um veículo da saúde – que deveria estar salvando vidas – é encontrado a serviço do crime organizado, o que mais pode estar fora de controle?

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *